A Sétima Razão

A REMOÇÃO DE DEUS DA SITUAÇÃO

Na medida em que o mundo se torna, gradualmente, mais materialista, uma escuridão começa a envolver o intelecto de pessoas inteligentes. É um tipo de doença que dá a uma pessoa cegueira e a torna surda; de fato, deixa-a quase completamente insensível a qualquer estímulo. O nome dessa aflição, que paralisa e torna mudos todos os três corpos, é chamado Ateísmo. Quando algumas pessoas são afligidas por ele, tornam-se totalmente desafiantes contra todos os impulsos espirituais que sugiram a existência de Deus. Eles são uma ninhada de pessoas peculiar, sendo ignorantes ao grau de se tornarem engraçados aos olhos do iniciado.

Existe uma ninhada particular de ateístas que é mais divertida que todas as outras. É uma ninhada relativamente nova, que apareceu apenas neste século passado. Esse tipo de pessoa é um ateísta que acredita que fenômenos espirituais são, na verdade, fenômenos físicos num nível altamente refinado, e dessa forma buscam explicações para as coisas espirituais. Eles não negarão que as energias dos elementos, por exemplo, existem. Eles simplesmente pensarão em alguma teoria absurda e estúpida de como essas energias são apenas divisões de uma substância mental física, mas enormemente refinada, e que suas qualidades atribuídas são algum tipo de ilusão. Eles dirão que espíritos são as expressões externas de arquétipos subconscientes na psique, e sugerem que, quando eles são conjurados à aparência visível, tudo que está ocorrendo é autohipnotismo. Essa estranha espécie de pessoa fará tudo pelo motivo de ser capaz de sugerir que Deus não existe, que mundos espirituais não são reais, que não existe alma, etc, etc.

É óbvio ao iniciado que qualquer pessoa que se submeta ao treinamento adequado possa provar a si mesma além de qualquer possibilidade de dúvida que espíritos não são arquétipos pessoais, que mundos espirituais existem, que existem energias externas diferenciadas, que a alma é real e imortal, e que Deus é uma verdade eterna. Qualquer pessoa que sugere ao contrário está fazendo-o do ponto de vista da teoria e especulação somente, e não tem base prática na magia. Embora o iniciado devesse sempre mostrar respeito sobre a opinião da outra pessoa, de modo a não causar conflito imediato e desconforto, ele não deveria permitir ser persuadido por tais argumentos. Frequentemente, essas pessoas são ótimas em argumentar e debater, mas não podem fazer quase nada a esse respeito com magia verdadeira. Dessa forma, deixe-os falarem a si mesmos enquanto você quietamente volta a sua mente à meditação sagrada.

Isso precisa que consideremos um ponto importante, contudo. Apenas você, no fim, pode provar a si mesmo a realidade de todas essas coisas. Apesar de todos os meus poderes e siddhis, eu não posso fazê-lo. A mente animal duvidará da sua escolha de perseguir esse caminho a cada virada, e, acima de tudo, também tentará me fazer duvidar, não importa o que eu faça. Alguns exemplos podem ilustrar bem este ponto. Ano passado, quando eu estava morando com um grupo de oito aprendizes (com mais cinco visitando regularmente) num belo lote de 5 acres firmado entre árvores e invisível a todos os vizinhos ou à estrada, uma grande tempestade apareceu sobre nós. O vento uivava ferozmente, a chuva parou por um momento, e, então, no pátio próximo a nós, um tornado começou a descer. Os aprendizes, até Veos (até hoje eu brinco com ele sobre isso!) ficaram muito assustados. Na verdade, eu estaria assustado também, apesar da minha confiança para lidar com a situação, se eu não tivesse aberto meus olhos de uma maravilhosa hora de meditação profunda no momento em que o tornado começou a surgir. A mim, naquele estado elevado de felicidade, o tornado era apenas uma demonstração da natureza para ser amada e reverenciada. Apesar disso, eu me esforcei o suficiente para me convencer de que o tornado, tão próximo à casa, era uma coisa ruim. Eu me coloquei na direção da tempestade, com Veos ao meu lado e ajudando, e nós dois elevamos o tornado de volta ao céu e redirigimos a direção da tempestade para longe da casa. Isso foi feito com todos os estudantes assistindo. Em outra ocasião, apenas quatro semanas antes, eu usei um sigilo para criar uma chama sólida e negra no coração de um grande fogo ritual que todos viram e cuja realidade de sua presença atestaram. No momento em que começou a chover, por ele ser um importante ritual do fogo, eu chamei um espírito que me serve para nos proteger da chuva. A chuva parou, mas os estudantes logo notaram que estava chovendo em todos os lugares da propriedade, menos no lugar onde estávamos!

Eu estou relembrando essas coisas não para glorificar a mim mesmo, mas para ajudar a ilustrar este assunto. Embora eu demonstrasse essas aparentemente “maravilhosas” ocorrências, sem pouco esforço meu, eu rudemente exibia a magia aos meus estudantes como um prêmio por sua devoção duradoura aos meus ensinamentos, e, mesmo assim, essas coisas não preveniam suas mentes de, às vezes, duvidar que magia não existia. Pouco menos de um mês depois do incidente com o tornado, um dos meus estudantes melancolicamente veio a mim e confessou que ele estava tendo de lutar com a dúvida, porque ele nunca tinha visto antes um poder mágico. Numa classe do Veritas quatro anos atrás, eu tive um estudante para o qual, um dia, eu mandei uma mensagem e informei que ele estava desenvolvendo uma infecção de sinus. Sendo alguém que duvida por natureza, ele decidiu não tomar nenhum remédio. Quatro dias depois, ele pegou uma infecção de sinus, e, num instante, eu o curei da infecção completamente. Eu não consegui mais informações desse estudante, que terminou aquela classe como um estudante de magia muito devotado, por um longo tempo depois que a classe terminou. Eu descobri, poucos meses atrás, que, pouco depois da minha classe terminar, ele decidiu que eu era uma fraude e um mentiroso, e que eu não tinha habilidade mágica ou consciência elevada, e que ele estava convencido de que magia em si pudesse nem ser real.

Essas, e outras experiências parecidas, me convenceram de que não é o dever do professor fazer o estudante acreditar em magia, e, realmente, que o professor não é capaz de fazê-lo, não importa quais habilidades ele possa ter demonstrado. No final, a última evidência convincente que o estudante será capaz de usar para conquistar a dúvida de seu ser inferior é a evidência que surge de suas próprias práticas continuadas, as recompensas de sua fé douradoura em seu caminho.

Mas, voltando ao assunto à mão, é uma grande má sorte ao mundo dos aspirantes sinceros que esses mesmos ateístas estão realmente se juntando para formar sistemas de “magia” juntos, embora esses, na realidade, sejam feitiçaria astral no máximo. Ao fazê-lo, eles estão apelando aos lados animalistas e mundanos da consciência do ego que governa sobre os não iniciados antes de alma ter uma chance de se agarrar a algo significativo. Por tais sistemas de feitiçaria não terem nenhuma ênfase real na moral, por eles não terem ideia nenhuma de Deus ou de avanço espiritual, as pessoas estão se unindo para achar uma desculpa para praticar o que eles pensam que é magia sem ter de desistir de seus modos pecaminosos de viver. Tais pessoas adoram se ostentar, dizendo “Eu descobri que magia é tão efetiva sem o componente espiritual desnecessário”. Eu juro a todos vocês, pelo meu grande amor por essa ciência, que, nos meus anos de magia, eu nunca encontrei, nunca mesmo, nenhum estudante dessa escola de feitiçaria que poderia produzir até a mais simples das demonstrações mágicas. Eu nunca descobri um estudante dessa escola que possuísse alguma das faculdades mágicas a um grau demonstrável ou talvez significativo. Por quê? Porque eles estão praticando ideias, não verdades. Eles estão tentando fazer com que o universo satisfaça os seus próprios desejos egoísticos, em vez de quererem sacrificar qualquer coisa que seja para se tornarem magos reais.

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